Acidente com o avião da TAM completa 17 anos

Memorial 17 de julho - Crédito Dalton Assis

Por Dalton Assis

SÃO PAULO – Há exatos 17 anos, o país vivia a maior tragédia da aviação brasileira. No dia 17 de julho de 2007 às 17h25 o Airbus A320 da TAM (hoje Latam) decola do aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre rumo a São Paulo com desembarque no Aeroporto de Congonhas. 

Porém, o que era para ser apenas mais um voo, ao aterrissar na capital paulista, por volta das 18h48 o avião derrapa na pista de pouso (na época recém reformada, mas, sem as ranhuras na pista) não consegue frear, perde o controle, atravessa a Av Washington Luiz e colide no prédio da própria companhia aérea TAM Express e explode. 

O trágico acidente, vitimou 199 vidas, sendo 187 passageiros e tripulantes mais 12 pessoas em solo que estavam no prédio da TAM Express no momento do acidente.

Eterna saudade 

A reportagem da AC News conversou com Dário Scott, pai de uma das vítimas e também presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas (Favitam).

“É muito difícil falar sobre essa tragédia que tirou a vida da minha filha que tinha apenas 14 anos na época e vinha passar as férias com os avós em São Paulo. Mas é de extrema importância falar sobre este espaço (Praça Memorial 17 de Julho) para que a gente não jamais esqueça o que aconteceu aqui! Para nós, familiares aqui é um terreno sagrado! É triste, pois minha vida mudou completamente após esta data, e tu tens que se reinventar e seguir em frente. Infelizmente acompanhamos durante todo processo a parte criminal das pessoas que poderiam ter evitado essa tragédia e não evitaram e a justiça por sua vez não condenou os envolvidos por não encontrar um fator causal, então, o que eu quero realmente é que as companhias aéreas e todos que trabalham no setor, tenham consciência que eles transportam vidas e que a segurança sempre esteja em primeiro lugar e não o nada substitui o lucro, como era um dos mandamentos da TAM.” Declara o pai da pequena e eterna Thaís Volpi Scott.

Justiça Falha 

Após a tragédia, foram abertos inúmeros processos que foram levados à Justiça pelo Ministério Público de São Paulo (MPF-SP). Na época foram denunciados dois diretores da TAM e um da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Porém em 2017 o trio foi inocentado pelo crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo em razão de uma possível negligência do qual o MPF-SP decidiu não recorrer da decisão por avaliar que as provas da absolvição não poderiam ser reavaliadas.

Indenizações aos familiares 

17 anos se passaram e ainda muitas famílias aguardam a indenização da companhia aérea que em nota a Latam Airlines afirma estar trabalhando para concluir todos os pagamentos das indenizações.

“A LATAM Airlines se solidariza com todos aqueles que foram afetados pelo acidente com o voo JJ3054, há 17 anos. Embora consciente de que nada poderá compensar as perdas, a companhia se empenhou, desde o primeiro momento, em apoiar os familiares de todas as maneiras e concluir o mais rápido possível o procedimento de indenização.”

Homenagem às vítimas 

No lugar do prédio atingido pelo acidente foi erguido em julho de 2012 a Praça Memorial 17 de julho em homenagem às 199 vítimas do voo da JJ3054 da TAM, no local funcionava um chafariz envolto a árvore que sobreviveu ao incêndio daquele dia, batizada de a “Árvore da Vida”. 

Memorial 17 de Julho – Crédito Dalton Assis

Com o passar dos anos o local foi se deteriorando devido à falta de conservação, mas em abril de 2024 a praça passou por uma completa revitalização da qual foram instaladas uma placa de ferro com o nome gravado das  vítimas ao redor do antigo chafariz que após a reforma, habita agora um pequeno jardim junto à  “Árvore da Vida”, além de 199 luzes instaladas no chão da praça que durante a noite emite um raio de luz simbolizando cada uma das vítimas que perderam a vida naquele terrível acidente em julho de 2007.

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