Farol Santander São Paulo inaugura exposição inédita sobre a trajetória de vida do renomado pintor José Pancetti

José Pancetti - Farol da Barra, 1954 - Foto Romulo Fialdini

Por Redação AC News

O Farol Santander São Paulo, inaugurou na última sexta-feira (22) a exposição inédita Pancetti: o mar quando quebra na praia… que destaca a trajetória de José Pancetti, renomado pintor do segundo modernismo brasileiro (1930-1945) famoso por suas obras inspiradas no mar. 

Com curadoria de Denise Mattar, a mostra apresenta 42 trabalhos realizados entre 1936 e 1956, incluindo paisagens, retratos, naturezas-mortas e marinhas. Além das pinturas, o público poderá acompanhar  uma cronologia ilustrada e uma instalação imersiva reunindo músicas de Dorival Caymmi, imagens e sons do mar.

“A seleção permite ao espectador apreciar as diversas facetas de Pancetti através de um conjunto de obras que nunca estiveram reunidas, sendo algumas delas até então, inacessíveis ao público. É uma oportunidade rara e única que o Farol Santander tem orgulho de proporcionar a seus visitantes”; comenta Maitê Leite, Vice-presidente Executiva Institucional do Santander Brasil.

As marinhas são a faceta mais conhecida do artista, na exposição estão presentes exemplos de seus primeiros trabalhos incluindo barcos e construções, registros austeros de diferentes pontos do litoral brasileiro, o intenso cromatismo e a composição diagonal do período baiano, e também obras sintéticas, nas quais a economia da composição beira o abstrato.

O encontro entre o mar e a areia é um tema constante na sua obra, um romance que ele retratou ao longo de sua vida com profunda emoção. Essa conexão também encantava seu amigo Dorival Caymmi, que cantava com sua voz profunda: “o mar, quando quebra na praia, é bonito, é bonito…”.

“Pancetti sempre foi um pintor original e intensamente pessoal. Seu temperamento solitário e a formação quase autodidata permitiram o surgimento de uma obra particular plena de lirismo, melancolia e poesia – uma obra que emociona. Sem estar preocupado com uma brasilidade teórica, Pancetti retratou amorosamente a nossa gente, a nossa luz e o nosso mar”; relata Denise Mattar, curadora.

A exposição é constituída pelos seguintes núcleos:

Retratos

Os retratos são únicos, e, de forma diversa de alguns de seus contemporâneos, que aceitavam encomendas para retratar membros da sociedade, o artista sempre optou por retratar pessoas comuns, com as quais se identificava, fazendo algumas exceções para amigos escritores ou músicos.

Paisagens

Pancetti, conhecido por retratar o que estava próximo a ele, começou pintando barcos, arsenais e galpões da Marinha. Sua transição para paisagens urbanas revela um sentimento de desconforto, com figuras humanas pequenas e oprimidas entre edifícios e ruas vazias.  Seu contato com a natureza, durante viagens pelo Brasil traz uma sensação diferente, capturando a luz, água, céu e vegetação de cada local. Suas obras apresentam cores sutis, formas reduzidas e cortes marcantes, demonstrando uma modernidade distinta de seus contemporâneos.

Naturezas-Mortas

As naturezas-mortas têm características próprias desde o início de sua produção, mas, com o tempo, o artista ousa mais e mais, criando verdadeiras obras-primas em um tema que se adapta perfeitamente à sua produção estática. Suas composições híbridas mesclam frutas, flores, quadros e figuras em enquadramentos incomuns, oferecendo uma perspectiva única e uma superposição de elementos. Nessa aparente simplicidade, Pancetti estabelece uma sofisticada metalinguagem, onde a pintura discute sobre a própria pintura.

Bahia

A mudança para a Bahia, na década de 1950, modificou a personalidade e a obra de Pancetti, a alegria tornou o artista mais doce, e ele explodiu em cores quentes e fortes. As marinhas tornaram-se intensas e plenas de luz, e seu amor pela cidade perpetuou a linda Salvador da época. 

Pancetti chegou num momento especial, pois, na recém fundada Universidade da Bahia ministravam aulas intelectuais da mais absoluta vanguarda como: Koellreutter, Lina Bo Bardi, Yanka Rudzka e Martim Gonçalves. Assim, o artista circulou entre o mundo sagrado de Mestre Didi, as sensuais narrativas de Jorge Amado e o som de Dorival Caymmi, celebrando ao violão a beleza e o poder de Iemanjá, senhora das águas e rainha do mar.

Marinhas

Pancetti pintou por toda a sua vida, aumentando significativamente sua produção a partir de 1946, quando foi reformado da Marinha. A partir de então, o mar, que já era fundamental na sua produção, torna-se cada vez mais importante. O percurso estético do artista é marcado por uma progressiva geometrização, e pela importância que a cor vai ganhando sobre a forma, até tornar-se protagonista quase absoluta das composições. À beira d’água ele pinta ocres, rosas e violetas do pôr-do-sol. O encontro entre o mar e a areia torna-se mais e mais constante, e, nesse processo, Pancetti reduz ao mínimo a forma, tornando-se quase abstrato.

A exposição, apresentada pelo Ministério da Cultura, Esfera, Emdia e Santander Brasil, ocupará toda a galeria do 19º andar e ficará em exibição até 30 de junho (domingo).

Serviço:

 Exposição Pancetti: o mar quando quebra na praia…

Endereço: Rua João Brícola, 24 – Centro (estação São Bento – linha 1, azul do metrô)

Quando: 22/03/2024 (sexta-feira) a 30/06/2024 (domingo)

Site Farol Santander: farolsantander.com.br

Telefone Farol Santander: (11) 3553-5627

Funcionamento: terça-feira a domingo

Horários: 09h às 20h

Ingressos: R$ 40,00 (R$ 20,00, meia-entrada) 

Compra online:  https://www.farolsantander.com.br/#/sp (vendas também na bilheteria local)

Classificação: livre

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