Por Redação
O Farol Santander São Paulo inaugurou na quarta-feira (20) a exposição inédita “Anatomia Skate” que conta a história e a cultura deste que é hoje considerado um esporte olímpico e chegou ao Brasil há mais de 50 anos.
Com curadoria de Cesar Gyrão, criador da revista Tribo Skate, em 1991 a mostra apresenta mais de uma centena de itens relacionados a essa manifestação cultural que se tornou muito mais do que um entretenimento, estilo de vida e chegou ao status das grandes competições olímpicas. A exposição ficará em cartaz no 20º andar do Farol Santander até 24 de março de 2024.
“Esta mostra tem tudo a ver com o Farol, nós montamos uma pista de skate justamente por estarmos no centro da cidade, este local democrático e de muito lazer e não haveria melhor lugar para representar essa modalidade que neste espaço. Estou muito feliz por finalmente estarmos inaugurando essa incrível exposição”. Diz Bibiana Berg, Superintendente de Experiências e Cultura do Santander Brasil.
Originado por volta de 1920 nos Estados Unidos, o skate foi desenvolvendo várias facetas ao longo dos tempo por meio do Esporte, moda, comportamento, expressão artística, mercado, produtos, música, tecnologia, comunicação, competição, preparação física, arquitetura, lazer, subversão e terapia.
Em 2024, o skate fará sua segunda participação como modalidade olímpica nos Jogos de Paris, na França. E o Farol Santander traz para São Paulo um conjunto de valores dessa cultura que percorre mais de cinco décadas desde a sua chegada ao Brasil.
“A trajetória para que a cultura do skate alcançasse aceitação plena na sociedade envolveu muito uretano gasto sob pontes e viadutos, sobre calçadas, ruas e pistas urbanas. Impulsionado pela popularização do surfe em áreas urbanas, o skate abriu portas e desenvolveu valores próprios”; explica Cesar Gyrão curador da mostra.
Destaques da exposição
O passeio pelo o universo do skate começa com o núcleo da “pré-história”, do qual o visitante poderá encontrar um Roller Derby original, o primeiro skate produzido em escala comercial no mundo, em 1959. Em seguida, são apresentados também skates históricos de renomados colecionadores brasileiros, acompanhados por peças raras que destacam a diversificação em outras modalidades, incluindo um “classic”com impressionantes 1,75 m de altura.
A implantação do skate no Brasil, é retratada em uma linha do tempo, ilustrada com imagens feitas por reconhecidos fotógrafos especializados como Klaus Mitteldorf, Roberto Price, Jair Borelli, Fernando Moraes, Ivan Shupikov e Julio Detefon. A exposição, ressalta alguns dos skatistas brasileiros mais significativos do cenário nacional, como Digo Menezes, Lúcio Flávio, Sandro Dias, Karen Jonz, Leticia Bufoni e Pedro Barros.
Para ilustrar a conexão entre a cultura skatista e a música, será exibida uma guitarra Gibson, modelo Les Paul, que pertencia a Alexandre Magno Abrão, o Chorão, skatista e líder do grupo Charlie Brown Jr. Reconhecida como uma das principais bandas de rock nacionais da década de 1990, o CBJR., principalmente na figura de seu vocalista, sempre exaltou o skate como estilo de vida e forma de expressão da juventude.



A arquitetura é outro destaque da mostra, representada por maquetes de skateparks como o da icônica pista “Wave Park”, de 1977, e o novo Vale do Anhangabaú, espaço público apropriado pelo skate com anuência da Prefeitura de São Paulo. A réplica de um “scooter”, também ocupa um dos espaços centrais.

As mídias e a comunicação também são parte fundamentais na consolidação dessa cultura urbana, portanto a mostra apresenta um núcleo composto por uma banca de revistas exibindo títulos raros e uma videolocadora será recriada, contendo diversos exemplares em VHS e DVDs sobre o tema. No mesmo ambiente, uma tela apresenta vídeos de canais dedicados ao skate.

Da marginalidade ao profissionalismo
Outro ponto alto são as peças audiovisuais feitas por Anderson Tuca, com ricos arquivos de imagens e programas especializados. Esta área ainda tem outra experiência imperdível, a sala das “superfícies”. Tuca convidou skatistas a mostrar diferentes terrenos nos quais se pode andar de skate. O visitante é, então, chamado a “dar um role” virtualmente na sala de projeções, um espaço instagramável.
A evolução do skate ao longo deste período é evidenciada por muita luta de seus praticantes e do seu mercado passando da prática marginal ao profissionalismo, culminando com o registro de alguns representantes da seleção brasileira e dos medalhistas olímpicos Kelvin Hoefler, Rayssa Leal e Pedro Barros, no núcleo “Rumo às Olimpíadas”.




